Zé Haroldo cobra celeridade na inclusão de novos protocolos para o tratamento das doenças de pele

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Desafio é mudar esta realidade e levar esperança a quem tanto precisa, disse Zé Haroldo Cathedral. – Foto: Fabiano Neves

A Câmara dos Deputados sediou, nesta terça-feira, 12, o II Simpósio das Doenças Crônicas de Pele. O evento foi promovido pela Frente parlamentar das Doenças Crônicas de Pele em parceria com a Psoríase Brasil.

O presidente da Frente Parlamentar, deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), fez um forte discurso, trazendo à tona relatos emocionantes de pacientes que enfrentam o impacto devastador das doenças crônicas de pele e as dificuldades para conseguir diagnósticos, tratamentos e medicamentos através do Sistema Único de Saúde (SUS). Zé Haroldo destacou os desafios que restringem o acesso a tratamentos dignos, e afirmou que a situação atual revela um grande vazio de políticas públicas e o descumprimento de direitos fundamentais garantidos pela Constituição.

“Estamos tratando de dores que ultrapassam o aspecto físico, afetando as esferas mais profundas do emocional e psicológico. Essas doenças abalam a autoestima, promovem o isolamento social e deixam marcas duradouras na saúde mental dos pacientes”, afirmou o parlamentar. Ele enfatizou ainda que o estigma social, os julgamentos, a dificuldade de diagnóstico e o tratamento desigual e inadequado são barreiras urgentes a serem superadas para garantir a dignidade e o bem-estar de quem vive com essas condições.

A presidente da Psoríase Brasil, Gladis Lima, apresentou dados preocupantes sobre os desafios enfrentados por pacientes com doenças crônicas de pele. Segundo ela, 77% dos portadores de psoríase relatam impactos diretos na vida profissional e acadêmica, e 16% dos pacientes com Hidradenite Supurativa esperam mais de dez anos por um diagnóstico preciso. Além disso, 62% dos pacientes com Urticária Crônica Espontânea enfrentam dificuldades nas relações interpessoais, e 40% dos portadores de Vitiligo evitam espaços públicos devido ao estigma. “Esses dados mostram a urgência de melhorar o diagnóstico e tratamento, oferecendo acesso mais ágil e eficaz. Precisamos de ações que também promovam conscientização e inclusão para acolher e respeitar essas pessoas”, enfatizou Gladis Lima.

O deputado Zé Haroldo Cathedral aproveitou a oportunidade para cobrar celeridade na incorporação de novos protocolos e diretrizes pelo Ministério da Saúde, ressaltando que o cenário atual ainda é desolador, com pacientes muitas vezes negligenciados e diagnósticos tardios. “Nosso desafio é mudar esta realidade e levar esperança a quem tanto precisa”, salientou.

Diante das exposições e cobranças durante o evento, a coordenadora-geral da Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Carmem Moura dos Santos, enfatizou que a atualização dos protocolos clínicos é uma prioridade para o Ministério. Segundo Carmem, o processo de revisão e incorporação de novas diretrizes está em andamento, buscando oferecer acesso mais rápido e adequado aos tratamentos. Ela destacou ainda a importância de um esforço conjunto com a sociedade civil para aprimorar essas políticas, assegurando que os pacientes recebam o atendimento digno e de qualidade que merecem.

Exposições

Durante o simpósio, especialistas apresentaram pesquisas que reforçam a necessidade de avanços no atendimento a doenças crônicas de pele. A reumatologista Dra. Jamille do Nascimento destacou estudos que abordam o impacto dessas condições na qualidade de vida dos pacientes, ressaltando a importância de diagnósticos precoces e tratamentos mais acessíveis.

A pediatra e especialista em alergia e imunologia, Dra. Valéria Botan, trouxe dados sobre o impacto dessas doenças em crianças e adolescentes, enfatizando a urgência de estratégias de prevenção e cuidado contínuo. A dermatologista Dra. Leticia Oba, especialista em psoríase, discutiu o peso do estigma e da desinformação, que muitas vezes atrasam o diagnóstico e dificultam o acesso aos tratamentos adequados.

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